Nos momentos de crise, todos
nos agarramos ao que parece dar segurança. Quanto mais difíceis são as
conjunturas, mais a vertigem do erro se apodera da nossa capacidade de decisão.
A responsabilidade de vivermos sempre no tempo, que pela sua essência jamais
torna atrás, vai-nos preparando, melhor ou pior, para gerir os instantes mais
exigentes. Muitas vezes fingimos e fugimos, acreditando em naturezas cíclicas e
em prazos longos...o que está claramente fora da verdade.
Em circunstâncias difíceis,
a qualidade das nossas referências é posta à prova. É tempo de experimentar o
que prometeu aguentar-nos. Mas descobre-se que quase tudo é embuste, que pouco
há de verdadeiramente seguro. E é neste quase vazio que se revela a verdade:
estamos sós e dependemos apenas de nós. Alguns entendem que se trata de um dom,
outros de uma condenação. Uns sorriem, outros choram.
A liberdade é mais do que o
poder de escolha, é agarrar a vida como matéria-prima e fazer com ela uma obra
pessoal, algo que, mais que meu, sou eu. Eis o verdadeiro dom (talvez divino):
ser livre. Poder dar sentido à vida, dando-lhe um ponto de partida, um rumo, um
sustento e um verdadeiro fim.
A verdade só pode surgir num
contexto de liberdade. Para que as coisas e as pessoas se revelem, é preciso
deixá-las ser. Só quando se dá liberdade se pode esperar verdade. Afinal, a
essência da verdade é a liberdade.
Ficamos todos com Amor e Paz
em Pedra das Abelhas e a todos seus Filhos sejam eles onde estiverem.
(...)
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