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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Massacre de Realengo: “há muitos dedos neste gatilho”



O deputado Chico Alencar (PSOL/RIO) fez um dos mais duros diagnósticos sobre o massacre de crianças na escola de Realengo. O parlamentar chamou a responsabilidade sobre o episódio para os que permitem a facilidade no acesso às armas, os que estimulam práticas intolerantes e de desrespeito às diferenças.Há muitos dedos neste gatilho – declarou. “Temos de reavaliar o Estatuto das Armas, fortalecer o controle do uso de armas de fogo, que tem de ser cada vez mais restrito. [Este fato] é algo que do horror tem de gerar algum valor”, completou.

É hora do Congresso fazer sua “mea culpa”, em especial a famigerada “bancada da bala”, cujos deputados defendem incondicionalmente os interesses dos fabricantes de armas e munições.

Em 2005, o Congresso se escondeu por detrás de um referendo sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições. Diante de um parlamento incapaz de votar e decidir a questão, perguntou-se a uma população acuada e insegura se “o comércio de armas de fogo e munição deveria ser proibido no Brasil”. É claro que 64% dos votantes rejeitaram a tese.

Seis anos depois, depois das doze trágicas vítimas fatais da escola de Realengo, é hora de perguntar de quem são os “muitos dedos” que apertaram o gatilho em plena sala de aula. Mas também pode ser mais cômodo debitar tudo na conta da loucura de um jovem de 24 anos, que, apesar da pouca idade e da falta de razão objetiva, teve acesso a dois revólveres calibre 38. E fez uso deles.

Fonte: Christina Lemos é jornalista em Brasília. 


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