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Liberdade de Expressão e Democracia com respaldo no atual Art. 220º e § 2º da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Simplesmente seguir



A covardia coloca a questão: "É seguro?"
O comodismo coloca a questão: "É popular?"
A etiqueta coloca a questão: "É elegante?"
Mas a consciência coloca a questão: "É correto?"
E chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta.

Martin Luther King


                                 
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A faxina continua


Em seu instigante artigo “Corrupção e poder”, publicado no “GLOBO” deste domingo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso denuncia a cristalização de um esquema de manutenção de poder baseado na corrupção: “O que era episódico se tornou um sistema, o que era um desvio de conduta individual se tornou prática aceita para garantir a governabilidade.”

A busca do poder com base na corrupção sistêmica é atribuída por FHC a “uma visão de mundo, uma ideologia que santifica o Estado, que justifica eticamente o que se faz dentro do governo e faz de conta que não vê o desvio de dinheiro público, desde que seja para ajudar os partidos a se manterem no poder”. Um estadista entre nossos ex-presidentes vivos, FHC já nos advertira antes quanto ao “ressurgimento de um autoritarismo burocrático com poder econômico e financeiro, um capitalismo de Estado dirigido por partido hegemônico atuando sob interesses de grandes corporações”.

FHC registra a degeneração da política brasileira, “do fisiologismo, do apadrinhamento e do clientelismo tradicionais do governo Sarney” até a fase atual, em que “os partidos se aninham em ministérios e constroem redes de arrecadação por onde passam recursos públicos que abastecem seus caixas e os bolsos de alguns dirigentes, militantes e cúmplices. Há apenas dois lados: o dos partidos da base governista, que são os condôminos do Estado, e o lado dos que estão fora da partilha do saque”.

A aproximação histórica entre enormes estruturas burocráticas de administração centralizada e regimes políticos degenerados é abundantemente documentada. A questão política fundamental não pode ser apenas como chegar ao poder e mantê-lo, mas essencialmente em que dimensões se exercerá tal poder.

As denúncias de FHC fazem eco entre os que se dedicam à construção de uma Grande Sociedade Aberta em terras brasileiras. São mais do que apenas um novo capítulo de uma feroz disputa intestina de nossa obsoleta social-democracia, embora tenham os tucanos mexido na Constituição para garantir a reeleição de FHC, mas não para fazer as necessárias reformas de modernização. Como o ex-presidente teve a seu alcance, por dois mandatos, a possibilidade de encaminhar não apenas uma reforma política como também uma reforma dessa hipertrofia do governo federal, verdadeira máquina de moer adversários, pouco mais poderia fazer agora que desejar à presidente Dilma boa sorte na faxina.

Fonte:  http://www.imil.org.br/ ,  autor: Paulo Guedes 

                                                 

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