Bem-Vindos ao Nobel Felipense.

Liberdade de Expressão e Democracia com respaldo no atual Art. 220º e § 2º da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A arte de apreciar



Olha aqui ó... Não é por nada, não... Mas tá certo o fotógrafo André Arruda quando diz que para se fotografar um nu artístico é preciso gostar de mulher.

O que no primeiro momento pode ser redundante, simples ou óbvio em todos os sentidos, não é assim, não... Afinal, não se trata de gostar de mulher no sentido sexual, ter tesão por mulher nua, essas coisas. Isso pode ter também.

Mas se trata de gostar de mulher em um sentido mais profundo. Gostar do universo feminino. Observar que cada calcinha é única, tem uma rendinha diferente e ficar entretido com isso. Assim, não basta ser heterossexual, o machão latino.

Para gostar de verdade de uma mulher são necessários outros requisitos que são raros. Por isso, a mulherada anda tão insatisfeita. Sensibilidade é fundamental. Paciência também. O homem que não tem paciência para escutar a necessidade que a mulher tem de falar ou sensibilidade para cativá-la a cada dia não gosta de mulher. Pode gostar de sexo com mulher. O que é bem diferente.

Gostar de mulher é algo além, é penetrar em seu universo, se deliciar com o modo com que ela conta todo o seu dia, minuto por minuto, quando chega do trabalho. Ficar admirando seu corpo, ser um verdadeiro devoto do corpo feminino, as curvas, o cabelo, os seios do seu corpo por inteiro. Mas também cultuar a sagacidade feminina, sua intuição, admirar seu sorriso que é muito mais espontâneo que o nosso.

Gostar de mulher é querer fazer a mulher feliz. Levar flores no trabalho sem nenhum motivo a não ser o de ver seu sorriso. É escutar pacientemente todas as queixas da chefa rabugenta, que provavelmente é assim porque seu homem não gosta de mulher.

O homem que gosta de mulher não está preocupado em quantas mulheres ele teve durante a vida, mas sim com a qualidade do sexo que teve. Quantas mulheres ele realizou sexualmente, fazendo-as se sentirem desejadas, amadas, únicas, deusas, na cama e na vida.

O homem que gosta de mulher não tem apenas a mulher. Ele penetra na sua alma, respirando, sentindo, amando cada pedacinho do corpo, e, é claro, da personalidade.

"Para viver um grande amor é necessário ser de sua dama por inteiro", afirmou Vinícius de Moraes no poema Para Viver um Grande Amor.

Para amar verdadeiramente uma mulher o homem deve ser totalmente fiel: traí-la, jamais. Amá-la até a raiz dos cabelos. Admirá-la, deixar-se apaixonar todo dia pelo seu sorriso ao despertar e principalmente conquistá-la, seduzi-la, como se fosse a primeira vez.

O homem que não tem paciência, nem tesão, nem competência para lhe seduzir várias e várias vezes, esse, não se iluda, não gosta nem um pouco de mulher.

Conquistar o corpo e a alma de uma mulher é algo tão gratificante que tem que ser tentado várias vezes.

Só que alguns homens, os que não gostam de mulher, querem conquistar várias mulheres. 

Os que gostam de mulher é que conquistam várias vezes a mesma mulher. E isso nos gratifica, nos fortalece e nos dá uma nova dimensão. A dimensão da poesia, do amor e em última instância do impenetrável universo feminino.

Mas atenção amigos que gostam de mulher: gostar de mulher e penetrar em seu universo não é torná-las cativas e sim libertá-las, admirá-las em sua insuperável liberdade.

E assim, como se vê, gostar de ter uma mulher é fácil. Agora gostar de mulher é dificílimo. Precisa ser macho de verdade pra isso.

Nem mais, nem menos.

Texto de Horácio Braun (in memoriam), publicado no Jornal Santa Catarina em 02 de Maio 2006

(...)