Bem-Vindos ao Nobel Felipense.

Liberdade de Expressão e Democracia com respaldo no atual Art. 220º e § 2º da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988.

sábado, 21 de agosto de 2010

Também nós, Rui Barbosa...



Em tempos  escassos de honestidade e probidade nos dias atuais, principalmente no meio das gestões política-administrativas, segue uma simplória dedicatória a um dos maiores oradores políticos brasileiros de todo sempre, adjetivado como sinônimo de lucidez e coerência a tudo que pregava na sua vida pública e pessoal.

O Grande Rui Barbosa, nasceu na Bahia em Salvador no dia 5 de novembro de 1849 e óbito em Petrópolis-RJ em 1 de março de 1923, foi um excelente jurista, honrado político, diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador brasileiro, formado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.

Também deputado, senador, ministro e candidato á Presidência da República em duas ocasiões, tendo realizado pioneiras campanhas. Participou da Campanha Abolicionista, a defesa da Federação, a própria fundação da República e da Campanha Civilista. Orador e estudioso da língua portuguesa, foi nomeado presidente da Academia Brasileira de Letras em substituição à Machado de Assis. Foi representante do Brasil na Segunda Conferência Internacional da Paz, em Haia e, já no final de sua vida, foi nomeado Juiz da Corte Internacional de Haia, um cargo de enorme prestígio.

Deixo aqui uma pequena demonstração daquilo que pensava esta Grande Relíquia da Sociedade Brasileira, nada tão justo e coerente aquilo que ele escreveu no que diz respeito aos dias atuais da política nacional.

Vejam partes do texto:

Sinto Vergonha de Mim.

" Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.
 

                    ...

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro !

                   ...

De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto ".

Também nós, Rui Barbosa...Também nós!

Ficamos todos com Amor e Paz em Pedra das Abelhas e a todos seus Filhos sejam eles onde estiverem.

                                                            (...)