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terça-feira, 15 de maio de 2012

Maravilhas de Portugal


José de Sousa Saramago (Nasceu em Golegã, Azinhaga em 16 de Novembro de 1922 , Portugal - Faleceu em Tías, Lanzarote um arquipélago das Canárias em 18 de Junho de 2010, Espanha) foi um escritor, argumentista, teatrólogo, ensaísta, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.

Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998, o único Prêmio Nobel da língua portuguesa até o momento. Também ganhou em 1995, o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. José Saramago foi e é considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa ao mundo da literatura.

Vale a pena mencionarmos aqui o livro “Ensaio sobre a Lucidez” onde ocorre a seguinte cena: 

“Num país indeterminado decorre, com toda a normalidade, um processo eleitoral. No final do dia, contados os votos, verifica-se que na capital cerca de 70% dos eleitores votaram branco. Repetidas as eleições no domingo seguinte, o número de votos brancos ultrapassa os 80%.”

Uma das piores hipóteses para cada sistema que se diz democrático, a rejeição total de todas as propostas eleitorais, é ponto da partida para uma especulação sobre o sistema político, o seu caráter democrático ou antidemocratico, a cegueira do povo - ou a sua repentina lucidez. Uma esperança? 

Esse "corte de energia cívica" que trata-se esta magnífica obra, pois ao narrar as providências de governo, polícia e imprensa entenderemos as razões desta tal "epidemia branca", o autor faz uma alegoria da fragilidade dos rituais democráticos, da política e das instituições.

Na por parte do autor proposta a substituição da democracia por um sistema alternativo, mas  sim do seu permanente questionamento. É enebriante saborearmos as distopias propostas pelo autor nesta obra de arte literária.

Na sua ficção o escritor português entrevê uma saída para esse impasse. E é a potência simbólica da literatura - território em que reflexão, humor, arte e política se confundem - que se revela capaz de vencer a mediocridade, a ignorância e o medo.

O escritor luso buscou desenvolver uma crítica mordaz às instituições governamentais: sob o véu da democracia, enxergava os vetores da natureza autoritária - lúcido é, na verdade, quem os percebe.

Nascido em uma região paupérrima em Portugal, José Saramago talvez tenha na vida o melhor de todas as suas obras atemporais. Seria em Lisboa que o futuro Prêmio Nobel da Literatura se tornaria "operário da escrita", como tradutor, jornalista e romancista profissional.

Com uma linguagem solene e racional, o narrador assume a objetividade distante de um relator oficial, José Saramago combinou a força da linguagem oral com recursos estilísticos de traços barrocos.


(...)

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