De
acordo com o psiquiatra argentino Hugo Marietán : "A política é um terreno em
que os psicopatas se movem como ´peixes na água`.” Alguns especialistas concordam, embora com algumas raras exceções. A democracia de certa forma barra os psicopatas severos (Hitler entre
outros assassinos), mas são comuns casos menos extremados, porém patológicos,
de distúrbios narcisistas. Possuímos isto nos nossos políticos nacionais, é possível observar sintomas visíveis.
Contudo é verdade que a política e
todas as atividades onde há exercício de poder são atrativas para estas
personalidades doentias. E porque pesam dois fatores: o poder garante-lhes gratificação
– por ir ao encontro da necessidade de controlar e ser admirado – por outro,
saem-se bem no jogo político.
Personalidades
narcísicas, com culpabilidade diminuída são mais comuns, mentem, enganam e
manipulam todos ao seu redor. Na atividade política isto é o pão nosso de cada dia. Mas nem todo
o político tem uma personalidade desviante e como também nunca foi encontrado um
estereótipo psicológico entre quem exerce poder. Como tudo nesta vida nada é 100% bom ou 100% ruim, o céu e o inferno habita todos nós.
Mas, para muitos psicólogos o prognóstico é bem pior, é preciso separar duas formas de
encarar o poder: como legitimidade de gestão e governo do outro. E o último
registo, motivação dos narcisistas que alcançam cargos públicos, tende a
dominar. A democracia protege-nos dos casos mais severos da psicopatia, mas
para os narcísicos sutis acaba por ser um bom disfarce. Usam muito os
moralismos e ideais próprios para justificar seus meios narcisistas de atingirem e se manterem no poder com longevidade.
Os narcisista possuem charmes
de mais, vergonha de menos, sem diagnósticos particulares, mas reconhecemos que
há casos de perturbações de personalidade hoje na política seja ela onde for, por exemplo figuras
como o populistas Hugo Chávez (Presidente da Venezuela), e algumas vezes o ex-presidente Lula com seu Lulismo
Popular e com algumas atitudes em busca constante do mediatismo. Mas, a própria psiquiatria é quem mais relativiza a questão: nem todo
o narcisismo é negativo, alguns conseguem atingir pontos nas suas carreiras com
auto-estima e determinação em chegar a determinados patamares com um narcisismo
positivo. Já o ponto negativo é o narcisismo “de morte” de figuras como Hitler
(Alemanha), Franco (Espanha), Stalin (ex-URSS), já em contra ponto temos o positivismo que é mais
consistente com a equação política, de valorização das capacidades, e
importante até para a definição de carisma, do político que mobiliza. Hoje literalmente não
vemos líderes carismáticos, mas exemplos atuais de um protótipo máximo de culto
da auto-imagem.
Os
casos de ausência de vergonha, de quem é apanhado a mentir ou de quem se
mantém em cargos públicos após condenações em tribunais de justiça por improbidades. O que está
em questão não são os artifícios jurídicos, porque as pessoas sejam elas que
forem têm o direito a defender-se através dos meios legais. O fato na realidade é não sentirem culpabilidade e vergonha.
Alguém com alguma organização psicológica ou mais normal, não continuaria a
aparecer e querer manter a sua visibilidade após casos desta natureza. O poder para o narcísico é uma forma de afirmar que não tem defeitos
ou falhas. Uma falha de quem só tolera a perfeição é o descambar de tudo. Em
vez de vergonha, tende a defender-se com arrogância.
Existe
um charme superficial, estamos numa sociedade que valoriza o espetáculo, em que as
características superficiais são as primeiras a ser avaliadas. É o caso da
pessoa ser superficialmente charmosa, característica do narcisista ou do
psicopata. É óbvio que na psicologia estes distúrbios têm vários graus, não
falamos de assassinos em série. A política atrai personalidades que sentem que
as suas características lhes dão vantagem na carreira. A paranóia é também um
sinal, a pessoa narcísica desconfia dela própria.
A
ganância pelo poder é patológico é a propensão sobretudo de quem não faz a
transição para a vida madura e consciente. Existe uma ilusão de que caso se
consiga governar os outros, talvez a própria vida tenha manejo, um pouco como a
criança que só se sente segura quando os grandes estão convencidos de suas artes infantis. O
narcisismo político tem a ver com a pessoa não se sentir suficientemente
valorizada como pessoa, com seu verdadeiro “Eu”. Estas pessoas estão ligadas a
muita insegurança pessoal, compensada por esta necessidade de estar acima dos outros.
O pior disto tudo no domínio da esfera pública, acaba por ser
a impunidade. Uma sociedade passiva reflete também sobre o eleitorado que elege estes psicóticos. Deve haver maior sensibilidade de quem vota, as pessoas devem estar um pouco mais
vigilantes ao fato de poderem ser manipuladas e enganadas, algo bastante comum
no nosso país onde repete-se a cada ano eleitoral. Acabamos elegendo estas figuras pela superficialidade, e ainda permanece a impunidade, as expectativas de quem vota saem goradas ao longo de sucessivas eleições.
De
acordo com as estatísticas a psicopatia tem uma incidência entre 1% a 2% na
população, uma em cada 100 pessoas. Mas, vamos encontrar vários psicopatas ao
longo da vida, seja na esfera pública com os políticos ou na vida privada. Nada
disto é novo, parte da explicação para a entrega do poder a narcisistas acaba por
ser o conformismo e a ignorância do povo.
São
raros os narcisistas e mais ainda os psicopatas que procuram tratamento.
Geralmente quando procuram é porque acham que os outros é que estão mal. Se um
narcísico vive para provar aos outros que não tem falhas, isto é um reflexo
direto de uma noção muitas vezes inconsciente de se ser uma porcaria como
pessoa.
Para
a psicologia, o mito de Narciso ainda serve de enquadramento e todo o
narcisismo é patológico. Antes da ameaça, são por isso vítimas de outros e de
si. Segundo a Mitologia Grega: “Narciso
apaixonou-se pela própria imagem porque rejeitou e foi rejeitado por todos à
sua volta. Não foi o objetivo dele, foi o último recurso.”
Um fato nisto tudo é inexorável e lógico: "Quanto mais narcisista é um político, maior é a sua incompetência
administrativa."
Ficamos
todos com Amor e Paz em Pedra das Abelhas e a todos seus Filhos sejam eles onde
estiverem.
(...)
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