Sérgio
Vieira de Mello (Rio de Janeiro, 15 de março de 1948 — Bagdá, 19 de agosto de
2003) Embaixador Brasileiro, Comissário de Direitos Humanos da Organização das
Nações Unidas (ONU) por 34 anos e Alto Comissário das Nações Unidas para os
Direitos Humanos desde 2002. Atuou em missões humanitárias no Líbano,
Moçambique, Kosovo, Ruanda, Bangladesh, Sudão, Timor Leste, entre outras. Como
funcionário da ONU morreu em Bagdá, juntamente com outras 21 pessoas, vítima de
atentado atribuído (não comprovado) à Al Qaeda contra a sede local da ONU.
Sérgio
era conhecido pelo seu carisma e obstinação. Mas a aversão a ostentação de bens
materiais também fez parte da sua história. Ele fazia questão de mostrar-se
igual aos mais humildes. Seu brilhantismo, sua ampla cultura, simpatia e
desapego aos holofotes e bens materiais eram suas principais características,
que somadas ao seu tipo pessoal atlético, tornaram-no um ícone entre as
principais celebridades mundiais. Por duas vezes foi eleito o homem mais
desejado e charmoso do mundo pelas revistas VOGUE e Vanity Affairs, mas não
compareceu para receber os títulos. Em entrevista ao New York Times, humilde
como sempre, comentou que as revistas haviam se enganado e disse que se ele
tinha algo a receber, que fosse revertido para donativos aos refugiados do Iraque.
Sobre
o livro de Samantha Power “O Homem que
queria Salvar Mundo”:
"
Sérgio Vieira de Mello foi um dos mais corajosos e carismáticos diplomatas da
sua geração. Muito jovem, entrou nas Nações Unidas, com cujos ideais sempre se
identificou. Ao contrário da maioria dos seus colegas preferia estar em campo
em vez de exercer cargos burocráticos em Nova Iorque. Em situações
especialmente dramáticas – como a do Ruanda, que originou uma das mais graves
crises humanitárias do século XX, e a de Timor-Lorosae, que culminou na
transição para a independência –, Vieira de Mello conseguiu contrabalançar os
seus princípios morais, moldados nas ruas de Paris em Maio de 1968, com os da
política e das relações internacionais.
Esta
fascinante personagem, já comparado a Bob Kennedy, é analisada a fundo nesta
biografia de escrita por Samantha Power. Sem abandonar o espírito crítico,
Power descreve a carreira de Vieira de Mello mostrando como a experiência do
diplomata nos massacres da Bósnia e do Ruanda alteraram a sua visão do mundo.
Ele, que achava possível transformar situações difíceis só pelo poder das
ideias, passou a considerar também essencial, no limite, o uso de força militar
para impor a paz. Foi assim que Vieira de Mello assumiu a difícil posição de
chefe da missão da ONU no Iraque após a invasão americana.
Vieira
de Mello não teve muito tempo para reverter a situação. Em 19 de Agosto de
2003, um atentado suicida destruiu parte do quartel-general da ONU em Bagdad, e
ele foi uma das suas vítimas mortais. A sua história, no entanto, permanece
como ponto fundamental no debate sobre o futuro da ONU e das relações
internacionais. "
Fonte:
http://www.washingtonpost.com/wpdyn/content/article/
(...)
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