A busca desenfreada pela fama anda cada vez mais acelerada, que já não se medem mais esforços para alcançá-la. As pessoas querem ser famosas e só. A necessidade de se fazer importante no meio da multidão faz com que pessoas simulem a morte, inventem fofocas, fabriquem brigas e desentendimentos, forjem relacionamentos, tudo, mais tudo mesmo para entrar na mídia.
Pessoas se colocam em situações constrangedoras e, às vezes, até bizarras, apenas para desfrutar de popularidade. Pra quê? Uma enxurrada de futilidade que norteia canais de TV, revistas de fofocas e portais da internet, ocupando espaço e dando espaço para quem não tem nada à acrescentar. Parece que foi criada mais uma profissão no país, a de “famoso”. Sentou na primeira fila de um programa de auditório e teve seu rosto brindado com um “close”, pronto, nasceu ali mais uma emergente, candidata a famosa que não medirá esforços para não mais sair de foco. A necessidade que as pessoas tem de serem tratadas e sentirem uma celebridade é algo que assusta pelo alto grau das imbecilidades e futilidades que estas são capazes de fazer.
Tantos talentos desperdiçados, tantas coisas a serem acrescentadas para se produzir um país melhor, e enchem a mídia com pessoas desinteressantes, mulheres exibicionistas e gente vazia, preocupadas em serem reconhecidas como alguém famosa. E o pior é que a mídia transforma cada uma delas em famosa da hora.
E dá-lhe notinhas: É fulana que aplicou não sei quantos mililitros de silicone, é sicrana que fez mais uma sessão de fotos nua para uma revista masculina, é beltrana que espalha ter um caso com um jogador de futebol e, assim, a futilidade da fama pela fama, vai enchendo a nossa vida com coisas vazias, sem nos perguntar o que isso nos interessa.
E enquanto o espaço é preenchido por essas pessoas muito “famosas”, o teatro vai ficando para trás, a cultura vai ficando para trás, o talento passa a não ter mais tanta importância assim e a formação em arte dramática, algo totalmente desnecessário. Hoje em dia, o espaço que seria para um artista demonstrar a sua arte, está loteado por famosos que não tem nada a dizer, algo realmente muito triste.
A mídia de hoje em dia se divide em notícias sobre desgraças e violências, e notícias sobre a intensa e frenética vida de futilidades desses “ilustres famosos” e o espaço para aquilo e para aqueles que tem algo a dizer, fica ali escondido, quase que invisível diante dos olhos das pessoas que querem apenas receber um pouco de cultura e conhecimento.
4 comentários:
Muito bom, é a realidade pura
A propósito, gostaria de inserir esse outro comentário que fiz no Correio do Brasil sobre a carta de Amanda Gurgel explicando “Porque eu não aceitei o prêmio PNBE”. O texto a seguir de alguma forma contempla o tópico, uma vez que faz referência às meritocracias. (Veja conexão logo abaixo do texto).
Saiu pela culatra
Nenhuma novidade havia sido proferida naquela ocasião e nem tampouco teria sido mais audaz aquela atitude em comparação às demais vivenciadas no dia-a-dia daqueles envolvidos em ações afirmativas. Até então, pra mim, tudo muito normal.
A propagação do que ali foi dito reverberou repentinamente rede afora em amplitude nacional. Também, achei isso muito comum e bem à força das circunstâncias que carecia de um tópico referencial.As várias aparições, a convite, nos programas televisivos e de grande audiência que os mantêm e que para se manterem as coisas têm que funcionar assim mesmo – é só pegar o frisson do momento. Também achei isso tudo muito normal. Mas havia um ponto positivo nisso tudo e foi (e ainda o é) o fato de que tudo isso deu maior visibilidade às nossas manifestações. Além disso, acrescentou-se, a elas, novas sensações – o próprio frisson para os manifestantes e aquele farnozinho naqueles de quem se exige mais comprometimento e responsabilidade com os negócios públicos.
Falo sobre o sucesso popular e casual da sofressora (portmanteau) Amanda Gurgel como expoente maior (aos olhos da sociedade) desse movimento grevista dos professores no ensino público no RN. Por essa razão, também achei muito normal, mas não mais casual, os oportunistas que vivem de publicidades tentarem pegar carona nas circunstâncias e se aproveitarem desse sucesso para com isto se projetarem também ao público - quem disso usa, disso cuida -, diz, não à-toa, o velho adágio popular.
E no cuidado de seus próprios negócios, até o PNBE afoitou-se na aparente atitude de agraciar a referida professora com um prêmio que linguisticamente é bastante atrativo: Prêmio Brasileiro de Valor – por um Brasil Ético e Eficiente, e, com isso, desvirtuar os outros valores legítimos de toda uma categoria profissional em luta pela valorização do ensino público gratuito e de boa qualidade.
Foi somente depois da atitude da Amanda perante tão grandiosa proposta meritocrática que a coisa começou a fazer alguma diferença para mim a ponto de me fazer expressar minha opinião a esse respeito que há muito tempo silenciava na expectativa de mais elementos semióticos que pudessem contribuir com a minha interpretação daquele seu primeiro discurso para que, deveras, eu pudesse checar se realmente aquilo partia de uma ardilosa manifestação teatral da interação social, ou se realmente havia uma outra realidade social urgente e subjacente em prol da educação naquele momento.
Havia, sim. E com essa sua renúncia a receber o prêmio, a timocracia recua, um tanto, acabrunhada e genuflexa para dá espaço e prestar louvor ao que há de mais belo nas virtudes humanas daqueles que não se deixam cooptarem por ilusórias honrarias e rápidas ascensões profissionais em desfavor de sua integridade moral.
A meritocracia – filha primogênita das timocracias - baseia-se nas aferições de talentos, criando-se, para esses propósitos, suntuosas ocasiões festivas para entrega de prêmios, benesses, sinecuras, e outras prebendas, formando, assim, um desejoso sistema de gratificações pessoais convidando o talentoso, sem que ele o saiba, a usar suas habilidades a favor das castas dominantes. Por isso, Platão, com um olhar de quem ver muito além do brilho ofuscante das belas aparências, proferiu, mui sabiamente, que essas honrarias eram o cerne mascarado da corrupção aristocrática.
9CONTINUA PRÓX. POSTAGEM)
Gilmar Henrique
Nobel, seu blogue me cativa!!
Bom! E "bom", são por essas e outras razões coleg@s webleitores que a depressão se desponta como a virose da pós-modernidade. Peço licença a vocês para fazer uma pequena digressão desse tópico para as consequências inevitáveis que essa busca desenfreada pelo sucesso e poder pode causar ao ganancioso e a sociedade – transtornos psicossomáticos.
Depressão é um transtorno de humor e pode ser definida, a grosso modo, como um estado emocional de tristeza patológica que pode ser provocado por fatores exógenos, endógenos ou pela combinação entre ambos. Os fatores endógenos ou fisiológicos são aqueles relacionados a baixos níveis de neurotransmissores que resultam em comportamentos anormais, tais como processo de pensamentos mais lentos, agitação psicomotora, distúrbios do sono e motivação reduzida. Os fatores exógenos são os psicológicos - acarretados por conflitos e estress.
Embora haja diferentes tipos de depressão, os fatores subjacentes são os mesmos: estresse e desequilíbrios bioquímicos, ou seja, desequilíbrios dos neurotransmisores (serotonina, norepinefrina e dopamina. Esta em altos níveis de transmissão geram esquizofrenia e em baixos níveis estão associados à doença de Parkinson).
Qualquer um de nós em algum momento da vida se depara com alguns (ou todos) dos seguintes sentimentos: tristeza, decepção, desesperança, pessimismo e baixo autoestima. É normal se não durar muito tempo. A profundidade e a duração são os dois fatores que devem ser considerados para estabelecer a diferença entre um estado espiritual normal e outro patológico, uma vez que esses sentimentos fazem parte da condição humana e são inevitáveis em nossas relações sociais.
Há também outros transtornos de humor como o bipolar - que oscila entre depressão e mania - e o transtorno ciclotímico, mas a depressão unipolar é o transtorno de humor que afeta cada vez mais uma quantidade maior de pessoas.
Por essa razão, acredita-se que a depressão seja a ‘virose’ na vida pós-‘moderna’.
Mas o que caracteriza, em perspectivas interacionistas, nossa condição de vida numa sociedade pós-‘moderna’? Bem a contrassenso a nossa natureza ecológica e primordial de seres gregários, a pós-modernidade nos convoca a adotarmos uma perspectiva neoindividualista.
O poeta, ensaísta e ficcionista Jair Ferrreira dos Santos em sua publicação “O que é pós-moderno”, elenca os elementos que povoam a galáxia cotidiana pós-moderna que giram em torno de um só eixo: o indivíduo em sua três apoteoses – consumista, hedonista e narcisista.
Continuando, ele afirma que:
O hedonismo – moral do prazer (não de valores) buscada na satisfação aqui e agora – é sua filosofia portátil. E a paixão por si mesmo, a glamourização da sua autoimagem pelo cuidado com a aparência e a informação pessoal, o entregam a um narcisismo militante. É o neoindividualismo decorado pelo narcisismo.
(CONTINUA PRÓX.COMENT.)
(CONTINUAÇÃO)
A esse respeito, um texto publicado há mais de dois mil anos atrás me chama à atenção quanto aos problemas sociais causados por essa filosofia portátil de paixão por si e somente por si mesmo:
"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis. Pois, os homens serão amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.
Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.
E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.
Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles. (2 Timótio, cap. 3)"
São palavras que dou fé e pobres de nós ao adotarmos, sem qualquer senso crítico e de responsabilidade social, tal filosofia portátil.
Infelizmente, o próprio sistema ‘educacional’ legitima e fomenta essa triste realidade.
Gilmar Henrique.
Ah, lembro que animais sofrem também de depressão. “Graças” às ações humanas encontramos aves e animais encorujados e abichornados, respectivamente.
Por isso,
Denuncie violência contra os animais. Eles também têm seus direitos.
Toda vida quer viver e viver bem. Vamos ser amigos da fauna e flora.
Somos tão hostis que até pássaros inofensivos e que inspiram poetas nos evitam com medo de uma pedrada.
Não tolere! Ao ver alguém maltratando um animal (principalmente aqueles à venda nas feiras) ligue imediatamente para:
3321 -1676 (IBAMA)
190 ou 9631 – 2016 (Polícia Ambiental)
ADVERTÊNCIA: Os malfeitores são criminosos. Proteja-se!
Se for o caso, denuncie ANONIMAMENTE, mas denuncie !!!!!!!!!!
Covardia é massacrar aquele que não pode se defender.
Covardia é também não concordar com a violência e deixar o mal acontecer e prevalecer (levar vantagem).
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